Saturday, 29 January 2011


Prestes a fazer uma loucura, em cerca de dez dias. Mas um loucura daquelas boas, daquelas que ao mínimo entrarão na minha biografia. Ansiosíssima, não sabendo o que esperar, mas com a certeza(lá no fundo) que terei bons momentos.
(Ansiosíssima nada, há algo maior do que esse superlativo? Meu coração tá pulando pra fora da boca).
Os medos e as vergonhas voltam, mas quer saber de uma coisa? Arriscar-me-ei, pela primeira vez nessa vidinha medíocre, por algo que pode sim valer muito a pena.
(é impressão minha ou eu usei mesóclise?)
Ou não. Não estou naquele dilema do "dúvida mata?". Não, tenho dúvidas, mas são irrelevantes. Creio que a essa altura já descobri que a gente escolhe nossas ações e resultados. Não existe fugir ao controle, não existe 'não foi intenção minha'. Nós somos responsáveis por tudo o que cativamos. Porém também somos responsáveis por sermos cativados.

Monday, 24 January 2011

Divino.

http://www.youtube.com/watch?v=4U4EIIEYcZg&feature=player_embedded

Sunday, 23 January 2011

Mais uma noite sem dormir, sem sequer fechar os olhos. Centenas de confusos sentimentos me assaltam a mente, me atormentam o juízo e a clareza de sentimentos. Cometi, de ontem para hoje, um grande erro, do qual não me orgulho nem ouso dizer. Foi um ato velado, solitário, invasivo, e talvez não possuindo a dada significância que agora atribuo, porém de uma má-fé inadimissível.
Ao menos consegui terminar de ler meu livro, mesmo depois de ser interrompida por um sonolento e raivoso pai às 4:15 da manhã me mandando ir dormir. Creio que seja por causa do livro que estou mais poética agora do que há 4 horas.
mas continuo com medo das minhas ações, e do meu revidar à vida. Com vontade de inventar uma parábola com bichinhos que resuma toda a existência humana(céus, que vontade besta! creio que há muito já deveria ter desistido da minha imaginação e do meu sentido figurado!).
Li uma boa citação no livro que acabo de terminar: "Só pense no passado se as lembranças forem boas".
Isso só me faz lembrar "Não lembre de um elefante rosa"

Droga, preciso me animar. Daqui a pouco saio pra assistir um concerto, espero não cochilar de cansada.
Preciso sorrir !

Saturday, 22 January 2011

Dilema de ano novo


Encontro-me em um dilema estranho, que já experimentei antes, porém continuo sem saber lidar. É um dilema que sintetiza-se em uma única pergunta: Seria melhor se nós conseguissemos nos esquecer de nossos erros? Se pudessemos simplesmente apagá-los de nossa mente, viveríamos melhor?
De um lado, existe o raciocínio do "experiência, para não errarmos novamente"; porém do outro resta a dor que estas lembranças causam.
Já errei um bocado, e erros em número surpreendente para idade e vivência que acumulei até agora. Vivi mais do que devia, tive que lidar com situações que normalmente meninas da minha idade não têm que lidar. Já violei intimidade alheia; assim como violo a minha própria, quando conto a estranhos e conhecidos dilemas e questões da minha vida. Segredos não sei guardar, e os erros que detonaram essa minha língua frívola não me servem de experiência, e sim de vergonha.
Nos últimos meses errei, deixei-me levar pela minha vaidade, deixei-me entreter com charmes baratos. Fiz coisas ruins, percebendo, porém não me dando a certa conta do alto risco danoso das consequências. Me deixei levar pela vontade, por não saber dizer não, por ver em alguém que me elogia uma desesperada necessidade de sucumbir. Me envolvi com pessoas erradas, pessoas certas, não dei o devido valor a mim mesma.
Acontece que viver é realmente algo complicado; e mesmo a consciência disso não me leva a nada. Não posso apagar meus erros, talvez só me resta ignorá-los.
Seria eu apenas uma tola, uma estúpida? Ou apenas alguém em processo de aprendizado?
Como julgar a mim mesma?
Como não me importar com julgamentos alheios?
A Julia que como já me disseram, é metade menina, e metade mulher, acaba de descobrir que não sabe as situações em que deve ser ou uma ou outra destas facetas. É a menina que precisa de aprovação ou a mulher que necessita de atenção? É aquela que passa longos espaços de tempo se olhando no espelho e fantasiando situações, ou aquela que fica calada quando é a hora de sua voz ser ouvida?
Já tentei renascer da minha própria fênix; assim como já tentei matar de vez essa fênix a pedradas. Já tentei ocultar minha personalidade sob um manto de mentiras; já fiz da verdade motivo de inveja e raiva. Já senti ambos os lados da balança; Já amei e fui amada, já tentei e fui tentada. Já quis morrer por alguém; e já quiseram morrer por mim.
Isso antes da eminente maioridade que se aproxima; faço 18 anos em 18 dias. Escrevi o conjunto de metas para o ano novo mais longo da minha vida, entretanto passei janeiro com a bunda na frente de um laptop temperamental baixando música, fuxicando a vida dos outros e falando com alguém que anda me animando (muito), mas não me nutre nenhuma certeza ( e talvez não deva: sou muito cheia de problemas de difícil entendimento ).
São 4 horas da manhã, e a música não baixa, e o ponteiro não roda, e a vida não passa, e eu sou a mesma garota que tento esconder e reprimir.
Esconder e reprimir me expondo ao máximo.
A vida é uma caixinha de surpresas emperrada que já está começando a me encher o saco.

Monday, 1 November 2010

Eu não presto!

Monday, 4 October 2010

A medida que os outros nos conquistam - 3

Já haviam passado-se 9 anos desde aquela tarde; Rivka voltava da escola, e, no ônibus, pensava no pai.
Aonde será que ele está? Como será o fim do ser humano? Em um caixão, a redenção divina? Depois da morte do pai e da fuga com a mãe de Gaza, Rivka deixou de acreditar nos livros sagrados de seu povo, nos livros sagrados de qualquer povo. Morava agora num país onde aquele que se dizia Messias sem realmente o ser - como seu avô dizia quando ela ainda era pequena - era cultuado e louvado como filho de Deus. Rivka gostava de entrar nesses templos, na maioria uns extremamente antigos, cheios de ouro e adornos à volta dos fiéis. Gostava de analizar também as reações emocionais dos frequentadores, como ouviam as missas em latim, como se benziam ou comiam um pedaço de pão o qual o sacerdote chamava de ''carne de Deus''.
À noite também gostava de fugir e ir à noite nas margens do bairro onde vivia, onde um grupo de negros cantavam aquele novo estilo de música vindo da América chamado Jazz. O padre dizia que era pecado, mas o grupo de americanos também cantavam louvores ( ao mesmo Deus ), e Rivka cria que aquele era o mais verdadeiro modo de festejá-Lo. Também visitou escondida um grupo de negros mas não americanos, de religião esquisita, quase tribal, que cultuavam os mortos. Quisera entrar no grupo e perguntar do seu pai, mas lembrou-se do aviso de sua mãe: Ninguém pode saber quem somos, filha. Não que sejamos gente importante, mas seu pai foi morto por pessoas que não gostariam de saber que nós ainda estamos vivas, dizia. Continuava sem entender exatamente o motivo pelo qual seu pai foi morto - lera umas cartas antigas onde o pai dizia o absurdo que era obrigado a fazer. Não gostava de matar árabes e falava da corrupção por trás do governo de Israel, e como era insuportável para ele ter a família morando fora do território judeu no meio do campo de guerra junto com outras famílias de soldados. Agora Rivka percebia que talvez o medo da denúncia fez com que os inimigos de seu pai colocassem a bomba no quarto dele no dia de seu retorno - afinal, bomba é a coisa mais facilmente associável à palestinos.
Saltara do ônibus.
- Olá Aharon.
-Olá irmã.
Aharon conservava o mesmo ar que sempre teve: os olhos cor-de-mel, extremamente expressivos, a fitavam com o mesmo carinho de sempre. Ela nunca entendeu exatamente o porquê, mas estar ao lado de seu irmão era a maior fortaleza do mundo - sentia-se finalmente segura.
Ele mantinha o corte de cabelo de sempre, parecido com o pai: cabelo nem grande, nem curto, nem certinho ou assimétrico: único, que caia sobre os olhos e ele o tirava com o mesmo gesto que Ravid tinha: puxava para trás com apenas a ponta dos dedos. Tinha o queixo e sobrancelhas fortes, marcantes; E agora dera para usar uma argola numa das orelhas. Em um dos ombros definidos carregava uma bolsa cheia de livros e projetos; viera à Portugal para estudar engenharia, acabou se apaixonando por antropologia, mas continuava a desenhar prédios e pontes futuristas. Rivka achava curioso o fato de seu irmão estudar pessoas, porém achava mais útil do que outros vários cursos. Aharon já era formado nas duas faculdades que cursara em Lisboa: Antropologia e Filosofia, que também era meio estranho de entender. Seu irmão estudava gente e estudava o estudar do estudar dessa gente. Nobre. Trabalhava numa organização estranha, que ajudara a depor Salazar dois anos antes. Tinha uns projetos secretos também, que sussurrava com amigos e fortuitamente trocavam bilhetes em livros ou dentro de sanduiches e outros lugares improváveis. Rivka não tinha a capacidade de perceber a grandeza da ousadia política de seu irmão; mas sentia em seu íntimo um grande respeito pelo que não entendia em seu fraterno.

(a terminar)

Friday, 1 October 2010

Erros e acertos


Como é fácil para o ser humano invadir os espaços uns dos outros. É impossível embarreirar nosso território, seja mental ou emocional, sempre aparecerá alguém pronto a tentar mexer no nosso espaço interno, e modifica-lo ao bel prazer do ditador de sentimentos.

Agora, e quando nós somos esses invasores? Quando nós causamos dor, mágoa, receio, ciúme, coisas tão instintivas que ficam arraigadas no ser influenciado. Quando nós invadimos o coração de alguém quase que sem querer, lenta ou abruptamente, e simplesmente soa impossível sair dessa pessoa, do seu EU. Somos o estopim da mudança, ou a certeza da calmaria e acomodação.

Idolatria. Isso nos joga dentro de uma pessoa. Isso faz com que ela te veja num patamar acima do que propriamente o dela, e torna com que tudo o que ela faça seja para agradar-te.

Desejo. Isso nos joga dentro de uma pessoa. Faz com que elas monopolizem o canal de vontade e você mais uma vez domina seu quadro mental.

Medo. Isso nos joga dentro de uma pessoa. Você passa a ser o pior pesadelo, e, fugindo de ti, você não sai de sua cabeça.

Amor. Isso não nos joga dentro de uma pessoa. Isso nos tira de nós mesmos.